Afinal, Faltam Fornecedores no País?
Sim e Não. A resposta depende muito da condição em que se encontra um adquirente. Por exemplo, na indústria de óleo e gás, uma empresa EPCista, não elabora uma lista de materiais e fornecedores que não esteja totalmente subordinada ao projeto ordenado pela companhia concessionária de exploração e produção. Ou seja, não é o EPCista que demanda, logo, para este não faltam fornecedores.
No entanto, este cenário pode mudar de acordo com o andamento das obrigações de conteúdo local. E conteúdo local é um componente que atua em diversas indústrias que operam sob regulamentação ou sob subsídios.
Portanto, um fornecedor ou potencial fornecedor deve fazer seu mapa de contexto e levar em conta:
Quantos concorrentes na minha linha de oferta já se encontram cadastrados ou pré-qualificados na base do adquirente que estou tentando prospectar?
Perceber que se um adquirente compra apenas conforme uma especificação de projeto já “fechada” e se já conta com muitos fornecedores cadastrados, dificilmente a área de suprimentos irá dedicar tempo para novos entrantes.
Perceber por outro lado, que muitos fornecedores acabam passando por dificuldades financeiras, fata de capital de giro e em alguns casos chegam a ser desqualificados por questões de regularidade fiscal, compliance, etc. e nestes casos, surgirão oportunidades.
Avaliar onde estão as demandas por tecnologias sensíveis, quais os bens e serviços com alto grau de especialização ou barreira de entrada por CAPEX e verificar sua posição em relação a este cenário.
E para quem adquire, a resposta é não. Não faltam fornecedores. Mas pode ser que esteja faltando um trabalho sistemático por conta da área de suprimentos, voltado para procura, pesquisa, diligenciamento prévio, homologação junto com a área de engenharia, etc.
Em suma, para os adquirentes, faltarão fornecedores:
Se a área de suprimentos dedicar muito tempo a orçamento, cotação, equalização das cotações – funções não menos nobres, ao contrário; mas dedicar pouco tempo a (i) planejamento colaborativo com os fornecedores atuais, (ii) sinalizações claras de demanda ao longo do exercício fiscal, e (iii) pesquisa & desenvolvimento.
Se a área de suprimentos não acompanhar, via auditorias de 1ª ou 2ª parte, a condição de liquidez, solidez, sustentabilidade de seus fornecedores e subfornecedores
Sempre é bom lembrar que ruptura no fornecimento é responsabilidade da equipe de suprimentos.
Logike Associados S/C